quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O impacto da greve

 As universidades, escolas técnicas e agrotécnicas de nível federal estão se mobilizando em todo o país; a FENET - Federação Nacional dos Estudantes no Ensino Técnico - redigiu uma carta em apoio ao SINASEFE - Sindicato Nacional dos Servidores  Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica. Houveram manifestações em todo o Brasil a favor da greve, tentando fazer com que o governo volte seus olhos para o que está bem embaixo de seu nariz.
 O que está acontecendo é que o Sindicato decidiu se manifestar contra algumas propostas do Governo Federal que prometem prejudicar direta e/ou indiretamente a Educação, dentre elas o congelamento do salário dos servidores por cerca de dez anos e do aumento da carga horária dos mesmos de 24 para 30 horas-aula.  Contudo, algum desses acontecimentos foi noticiado?! NÃO. O Governo não quer que ninguém saiba o que está acontecendo para o movimento não ganhar força, isso é óbvio.
 Ninguém está contente com o fato de as instituições terem parado; pais, professores e principalmente os alunos estão preocupados. Greves não têm tempo de duração definido e implicam em reposição de aula no período de férias.
 O Campus Uruaçu do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia está parado há exatamente uma semana. Quer dizer, não totalmente parado; alguns professores insistiram em dar aula mesmo após a decisão do sindicato de realizar a greve. Eles condensaram suas aulas num horário especial para o período, que esta semana não deu certo, e não há uma resposta definitiva para a validade das aulas, quer dizer, se o professor que não é a favor do movimento não quiser dar a reposição não existe uma lei que o conteste e obrigue, nem que o respalde em sua decisão. Dessa forma, os alunos que decidiram aderir o movimento estão encurralados.
 O Sindicato em nosso Campus não abrange a maior parte dos servidores, mas "a pauta de reivindicações é justa", como disse o Reitor do IFG; e a greve ainda é o único recurso que os servidores da educação têm para pressionar o governo a garantir-lhes seus direitos. No entanto, talvez essa não seja a melhor hora para este Campus aderir ao movimento. Alguns perguntaram: "Ah, então qual o melhor momento? Não há um melhor momento!" Mas e se o processo seletivo tivesse sido interrompido? E se o semestre não houvesse iniciado enquanto as reivindicações não fossem atendidas? Mas principalmente: e se os professores houvessem entrado em consenso?! 
 Em outros lugares o movimento ganhou força; alunos e professores se organizaram para manifestarem. Mas aqui nem o próprio corpo docente conseguiu entrar em acordo, e agora os alunos estão mais perdidos que cegos em tiroteio (e não estão conseguindo se organizar sozinhos. Nem todos têm opinião formada ou estão"por dentro" da situação).

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