MOMENTOS DE REFLEXÃO – Greve no Instituto Federal de Goiás – campus Uruaçu.
Prof.ª Maria Angélica Peixoto
Existem momentos na vida dos indivíduos em que eles precisam tomar DECISÕES. Em quase todos os momentos tomamos decisões, porém, algumas delas são mais importantes do que outras, que são as que afetam a coletividade, grupos sociais ou a sociedade como um todo. Estes momentos devem ser marcados por REFLEXÕES. Decidir sem pensar é algo problemático e que leva a erros constantes. Não se sentir ameaçado pelas mudanças que retiram garantias outrora conquistadas é também um grave erro. Esse é o caso do IFG atual, é um momento de tomar decisões importantes que requer reflexões urgentes.
Os servidores do Instituto Federal de Goiás – Campus Uruaçu, estão marcando alguns momentos para reflexão, e dando destaque especial ao processo de Greve dos Servidores do IFG, que foi deflagrada em 15/08/2011.
“Exigimos que o governo estabeleça imediatamente uma mesa de negociação com a categoria (que conta hoje com 170 Institutos Federais em greve), tendo em vista o atendimento das demandas apresentadas pelo movimento, dentre as quais se destacam:
Ø Reajuste emergencial de 14,67% (inflação IPCA + variação do PIB);
Ø Destinação de 10% do PIB para a educação pública;
Ø Reestruturação da carreira dos docentes e dos técnicos-administrativos em educação;
Ø Democratização das instituições federais da educação básica, profissional e tecnológica;
Ø Realização de concursos públicos para a contratação de professores efetivos;
Ø Fim da terceirização de serviços nas Instituições Federais de Ensino”. COMANDO DE GREVE DO SINTEF-GO.
Pois bem, o que tem os pais e os alunos a ver com a GREVE dos servidores do IFG- URUAÇU? Aparentemente NADA, mas essencialmente TUDO. O salário dos professores e técnicos-administrativos é fundamental para sobrevivência e bem estar deles. Logo, o problema é deles? Sim! É problema deles, mas também dos pais de alunos, dos alunos, da sociedade inteira. Por qual motivo? Pelo simples motivo de que a QUALIDADE do ensino e das relações entre professores/funcionários e comunidade (pais de alunos, alunos, e demais envolvidos com a escola) é afetada pelas condições de trabalho e vida dos envolvidos nesta relação. De nada adianta ter AULA se não houver APROVEITAMENTO, e isto depende do peso da jornada de trabalho, dos salários, de condições adequadas de trabalho, e de muitos outros aspectos. Isso é interesse não só dos professores e administrativos, mas dos alunos, dos pais dos alunos, da sociedade como um todo. Os governos não valorizam a educação, e preferem em seus projetos políticos colocar em risco o que deviria estar como primeiro ponto em suas agendas, já que o projeto político destes governantes está amarrado aos interesses do capital e a educação para eles é a garantia de formação de força de trabalho especializada atrelada apenas a lógica do mercado.
Neste contexto, é necessário APOIAR A GREVE DOS SERVIDORES DO IFG -URUAÇU, tanto os estudantes, quanto os pais dos estudantes, bem como a comunidade em geral. A reflexão deve gerar a decisão e, nesse caso, a ação de todos os interessados – professores, alunos, pais de alunos, funcionários, população em geral – no sentido de impedir os retrocessos e a deterioração da qualidade do ensino, a piora na qualidade de vida e condições de trabalho dos professores.
É necessário ainda, que NÓS, reunidos em reflexão, passemos a garantir o direito que temos de agir como indivíduos capazes de ser realmente EDUCADORES, se educando na luta por um mundo melhor, não acomodando ao caos da educação, das condições de trabalho, da corrupção, da violência, exploração e dominação. O verdadeiro educador é que se educa no sentido mais geral e profundo, nas relações sociais e humanas, se humanizando e lutando pela humanização da sociedade.
Maria Angélica Peixoto é professora do Campus Uruaçu, graduada em Ciências Sociais pela UFG, especializada em Educação Inclusiva pela UFG e Mestra em Sociologia pela UNB.
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